E toda vez que eu tranco a porta, suspiro. Meu mais novo sonho é não precisar trancá-la, acreditando que você só foi até a padaria comprar algo para comer e já vai voltar. Voltará em breve.
Todos os dias em que acontece aquele abraço, aquele esperando o elevador chegar, o coração dispara e é como se partisse em pequenos pedacinhos. Dói. Porque a ideia de sua ausência, mesmo que momentânea, me atormenta.
E o último beijo do dia deixa os lábios com gosto de quero mais. Deixa a presença-ausente de suas mãos segurando meu rosto, minha cintura. Anseio pelo próximo primeiro beijo como se não houvesse amanhã, como se o mundo acabasse no instante em que a porta se fechasse. Te mando beijinhos pela janelinha do elevador, e digo aquele "te amo" abafado, sem saber se, na verdade, você ouve.
Toda vez que fecho a porta imagino como seria se você permanecesse aqui dentro, comigo.