terça-feira, 2 de setembro de 2008

o que procuro já encontrei dentro de mim.


Hoje ela acordou com vontade de bater na porta do vizinho e dizer: "Ei, hoje eu to bem!", com vontade de abraçar a chefe mal-humorada, com vontade de comprar presente, mandar flores pra namorada, gritar pro mundo todo ouvir que ela mudou, cresceu e está muito feliz com o resultado.

Por horas, dias, meses e anos ouviu as pessoas lhe dizerem o que era certo e o que era errado, o que achavam melhor que ela fizesse e qual caminho ela não podia seguir. Não poder? Não. Ela nunca engoliu toda a besteira semi-democrática e não-valida que tentaram a vida toda lhe impor. Ela sabia que alguma hora poderia expor suas opiniões, que alguma hora alguém havia de querer lhe ouvir.
Hoje contou pra sua mãe seus planos atuais e futuros, e por incrível que pareça não foi criticada e nem quase apanhou, ao contrário, ouviu elogios e palavras de apoio. Hoje ela ligou pra seu pai e pediu-lhe um favor, e ao invés de ouvir a mesma baboseira de sempre, todas as reclamações, os absurdos machistas e ridículos, ouviu apenas um "vou fazer o máximo, filhota!". Hoje ela disse a namorada que compreendia quando elas não podiam se ver, entendia que a rotina era corrida, e seu coração consentiu, mostrando que estava fazendo a coisa certa. Hoje ela ligou para uma amiga e disse que tinha saudades, e a mesma não a xingou porque ela andava ausente, somente pediu para que marcassem algo urgentemente.

Hoje o céu estava mais azul lá da janela do trabalho. Daqui pra frente ela faz as coisas por ela, e não.. As críticas não afetam mais, ajudam. Hoje ela sorriu e disse baixinho "sou feliz!".