sábado, 30 de agosto de 2008

não se explica, só se sente.


Todos os finais de semana quando acordo e olho para o lado a encontro. Ali. Quase como em uma cena de filme, meus olhos pousam por todo seu corpo, admirando cada mínimo detalhe que consigo captar, cada pedacinho de todo aquele conjunto das maiores qualidades que já imaginei encontrar. Em todas essas manhãs sinto que a amo.
Todas as vezes que o telefone toca no final da noite, quase no começo da madrugada, e eu ouço do outro lado aquela voz doce, meio de criança meio de mulher, meu coração para! E mesmo que por um instante, acelera. Em todas essas vezes sinto que a amo.
Todas as vezes que, deitada ao meu lado, sorri e diz que me ama também, sinto um frio na barriga, como se tudo fosse um sonho, um sonho agora realizado. Em todas essas manhãs sinto que a amo.

E um dia desses um amigo, que estava chateado com sua namorada, me disse que não entendia porque todo aquele bando de coisas chatas andavam acontecendo com eles dois, me listou por itens os motivos pelos quais a amava e não poderia deixá-la, mas aí pensei..

Ninguém nunca consegue definir esse monte de coisas amontoadas e totalmente avulsas que sentimos quando amamos, que sentimos quando é a pessoa certa, que sentimos quando é pra sentir. Então eu entendi.
Pra que enumerar os motivos e as qualidades de uma pessoa? Pra que dizer pra todo mundo que ela é boa nisso ou naquilo? Porque o que importa é o que você sente, o que importa é o que você nota, e as vezes você não se prende no cabelo da moda, no tênis novo dela e nem por ela ser a mulher mais intelectual que você já conheceu.. As vezes você apenas gosta de admirá-la ali, deitada ao seu lado, sorrindo pra você.

Conseguir explicar o amor é fazer com que ele não exista mais.
O amor não se explica, se sente.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

um filme no close pro fim.


Fim? O que ha de ser fim então? Fim dos tempos, dos dias, das semanas, dos meses, dos anos, das décadas, dos séculos, dos milênios? Fim? É, tudo chega ao fim.
A tristeza chega ao fim, o rancor chega ao fim, o ódio, a dor, o medo, a crise, a aflição, tudo chega ao fim. Certas alegrias, laços, amizades, emoções, sorrisos, risadas, gargalhadas, até a paz chega ao fim mais cedo ou mais tarde.
Filmes, peças de teatro, exposições de arte, shows, festas, coquetéis, reuniões, baladas, livros, música, comida, água, tudo chega ao fim.
Fim de noite, fim do dia, fim de tarde, fim de semana, final feliz, final triste, afins e não-afins... Sabedoria, inteligência, criatividade, idéias, inspiração...

Fim.

domingo, 10 de agosto de 2008

a dúvida.


Um copo de chá, alguns minutos em silêncio e a dúvida:
- Por que escrevi esse texto abaixo?

Nunca muda, não adianta ter esperança.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

aquela ausência.


Ela lembrava vagamente de sua presença.
Lembrava de alguns dias da infância, lembrava do ditado "primeiro a obrigação, depois a diversão" que ele insistia em repetir todos os dias, lembrava dos sorvetes no meio da tarde, lembrava das festas do morango, da uva, da laranja, do melão, de todas as frutas possíveis que ele havia levado ela. Lembrava das broncas porque ela voltava atrasada da casa das amiguinhas, lembrava de quando apanhou de cinta porque mentiu dizendo que estava indo pra casa e foi comprar chiclete no barzinho do lado de casa, lembrava dos sertanejos, dos cds do "é o tchan", lembrava dele orgulhoso porque ela sabia falar inglês, lembrava dele reclamando do seu novo gosto musical, lembrava das discussões bestas, dos gritos, dos abraços, dos "cheiros" no pescoço, das suas manias.
Lembrava a falta que sentia de não tê-lo mais por perto todos os dias, lembrava das brigas entre ele e sua mãe, lembrava dos ovos de páscoa de 3 kg, lembrava do banana de pijama que ele havia comprado pra ela de presente, lembrava do tererê, lembrava quando via as fotos, lembrava quando ouvia algumas músicas, lembrava quando comia algumas comidas.
Ficaram muitas lembranças boas, e algumas ruins, do passado. Ela evitava lembrar da raiva que a tomava por vezes, da desgostosura em saber algumas coisas, esquecia o preconceito, esquecia a ignorância, tentava só admirar, se orgulhar.
Ria ao lembrar dos conselhos malucos, ao lembrar dos questionamentos sobre sua virgindade, ao lembrar do machismo que de tão exagerado se tornava engraçado, ria ao lembrar dos momentos felizes.
Não houveram muitos momentos bonitos, emocionantes que nem estes de novela, reconciliações bonitas e fins de tarde alaranjados, ou fotos insipiradoras, mas restou o amor, a consideração, a compreensão e a não-compreesão, restaram lembranças e esperança de que o futuro fosse melhor.

Obrigada Pai, e desculpa qualquer coisa.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

under control.


Todos os dias quando ela acorda e pisa os pés no chão se lembra do quanto têm sido complicado viver. Só ela sabe a dor que sente todos os dias, o medo, a falta de ar.. Ela não saberia explicar isso a nenhuma amigo ou familiar, nem mesmo a qualquer psicólogo por aí. Existem coisas internas, e a própria palavra já diz: interno. Se está do lado de dentro é para se manter lá, são mágoas, vitórias e derrotas que ela guarda com ela todos dias de todos os últimos dezenove anos que ela viveu. Não reclama por isso, são escolhas.
Tantas coisas: dores, medos, faltas de ar, mágoas, vitórias, derrotas, escolhas (...). Pedacinhos de tudo que ela já viveu e ainda vai viver. Pensamentos para o futuro, sorrisos para o presente, lágrimas para a ausência, comida para matar a fome, água para matar a sede, chá quente para dar sono, internet para ocupar o tempo, amigos para pedir ajuda e ajudar, dias para viver.
Metas para cumprir, as quais ela tem deixado guardadas naquele armário que ela se recusa a abrir. Mas talvez hoje seja o dia, o dia exato de fazer isso.. De pegar tudo aquilo de volta e colocar em prática, e organizar, jogar fora e pegar algumas coisas novas.

Sobre controle? Sobre controle ela não entende, e não quer entender. Controle é limite, e o limite limita sua imaginação, limita sua vida, seu cotidiano. Controlar é não viver, é deixar de fazer muitas coisas, viver muitos sonhos. O controle pode vir a ser seu amigo no futuro, mas por agora, ela quer distância.