terça-feira, 29 de janeiro de 2008

hoje é sobre ela... ela que gosta de escrever sobre sua vida monótona, que gosta de ouvir músicas depressivas em dias alegres, que gosta de dançar de olhos fechados, que cansa de tudo muitas vezes em um só dia.
ela que gosta de assistir o sol nascer com uma boa companhia, que fuma um cigarro atrás do outro até acabar o maço, que não dispensa uma cerveja no boteco perto de casa, que prefere chorar sozinha.
ela que gosta de uvas verdes, que parece gostar de se decepcionar, que prefere fingir que não sabe, que reclama de tudo, que gosta do difícil.
ela que não sabe o que quer, que pretende muito e faz pouco, que se contenta com pequenas coisas, que sorri com os olhos, que gosta de abraçar, que tem medo de escuro, que é criança e adulta ao mesmo tempo.
ela que guarda mágoas, que sabe mentir, que adora ligações no meio da noite, que gosta de se sentir importante, que gosta de ficar de all star o dia todo, que sente com o coração, que gosta de ler.
ela que demonstra sentimentos bons, que quer sair desse país infeliz o mais rápido possível, que sonha o tempo todo, que sabe valorizar um olhar, que pensa muito em você, que tem medo de âncoras, que não consegue ficar com as unhas pintadas.
ela que gosta de fotografias antigas, que gosta de mandar cartas, que gosta de dar presentes, que gosta de romances, que acredita em romances, que é apaixonada pela vida. ela que... não gosta de despedidas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

eu acredito em risadas, eu acredito em música, nas minhas músicas, nas pessoas que gostam das mesmas músicas que eu, eu acredito em ódio, eu acredito no amor todo santo dia da minha vida, eu acredito duvidando, eu acredito igual criança também, acreditando, eu acredito quando sinto alguma coisa aqui dentro me pedindo pra acreditar muito forte, eu acredito em palavras, eu acredito em declarações feitas em guardanapos de papel, eu acredito em perda, eu acredito em tempo, eu acredito em algumas pessoas, eu acredito quando olho nos olhos, eu acredito que olhos não mentem, eu acredito no tédio, eu acredito na putaria, eu acredito na amizade, eu acredito nos alicerces e bases, eu acredito em amor à primeira-vista, eu acredito em respeito, eu acredito em dor, eu acredito em tudo com que se pode aprender, eu acredito que existem coisas que a gente nunca aprende, eu acredito em tudo que é verdade e força, eu acredito em arco-íris e sóis e horizontes, eu acredito de verdade quando eu acredito, eu acredito muito, eu acredito em pores-de-sol alaranjados, eu acredito em abraços, eu acredito em cerveja, eu acredito em suor, eu acredito em dinheiro, eu acredito em sonho, eu acredito em mérito, eu acredito em dom, em voz, em língua, em lágrima, em surto, eu acredito em tudo principalmente às segundas-feiras.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

ela vira a chave, empurra a porta e me encontra ali no sofá. me pergunta como foi meu dia, eu não respondo. senta-se ao meu lado e liga a tv. ri das piadas daqueles seriados infames de algum canal aberto. tira o all star, joga em qualquer canto da sala e se encolhe no sofá, ali do outro lado, na outra ponta, distante de mim.
me levanto e caminho até a porta da cozinha, paro por um instante e sinto que ela me olha, não dou atenção e continuo. pego uma caneca de café, bem amargo, vou até a janela e acendo um cigarro.
ela vem em minha direção, me abraça, encosta a cabeça em meus ombros e ali fica. meu coração pulsa cada vez mais forte, sinto como se pudesse morrer ali, como se fosse um bom final.
por fim, ela me solta. olha bem ao fundo de meus olhos, me beija o canto da boca e volta a sentar no sofá.
continuo ali na janela, com um dos maiores sorrisos que encontrei no momento, quando me viro... onde está? não havia nem rastros. ela foi embora, de novo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

depois de nove dias de um ano que mal começou, estou aqui sentada pronta para cuspir pra fora tudo que acumulei nestes dias. escrever me faz bem, e quando não o faço minha cabeça não se organiza, uma sintonia estranha entre eu e letras linhas parágrafos etc.

um ano acabou e já estamos caminhando para a metade do primeiro mês do outro, bizarro. os dias correm, voam. quase não tenho tempo de admirar o sol nascer ou a lua chegar. claro e escuro se invertem o tempo todo. perdi a oportunidade de apreciar a beleza do dia, o que me faz falta. ver o sol nascer faz bem pra alma, principalmente numa manhã calma, sem cerveja antes e nem cigarro, purificação.

doismilesete vai deixar saudades, foi um ano tão inédito. dizem que depois de uma certa idade os anos passam completamente diferentes uns dos outros, e eu boto fé nisso. espero que doismileoito seja então melhor. tantas coisas aconteceram, como um telão projetando cenas de minha vida, cenas que nunca achei que fossem possíveis de ver ou imaginar, mas vivi. foi tudo muito intenso, verdadeiro, real mesmo, bonito e alegre. talvez tenha existido um pouco de tristeza, mas nada muito relevante. me fodi algumas boas vezes, mas foram coisas boas, coisas que me empurraram para frente, que me abriram os olhos. hoje digo que sou uma pessoa bem melhor do que era antes. um mês foi totalmente diferente do outro, um dia, um minuto. questões pessoais e mundiais, sentir a injustiça, aprender a lidar com as coisas novas, aprender a me aceitar com novas situações, descobertas e redescobertas.

amigos novos, músicas novas, lugares novos, interesses novos, tudo novo. e que se renove cada dia mais, essa mudança é apaixonante.

e agora que estou perto de partir (ou não) olho pra tudo que vivi ano passado, que vou viver esses seis meses e me questiono. moro em um lugar tão bonito, pessoas tão interessantes, engraçadas na maior parte do tempo. essas dúvidas realmente não me largam nunca.

que doismileoito seja bom pra mim, e pra você. que seja divertido, único, diferente, apaixonante, inovador, revolucionário. tenho esperança que o melhor ainda está por vir.