quarta-feira, 30 de setembro de 2009

a magia;

As vezes é quase triste, porém inevitável, crescer. Ser criança é ter a eterna inocência e ver a magia nas coisas mais simples da vida. Ser jovem tem sido me adaptar ao turbilhão de informações e obrigações novas que não param de chegar aos montes.

Crescer é perder parte do tempo de ser livre.
É mais obrigação e menos prazer.
E não, isso não é tão legal assim.

Quando observo as crianças ao redor, noto um amadurecimento precoce em seus pequenos olhos. A inocência pula pela janela da alma e vai embora sem nem ao menos dizer adeus. Hoje, muito mais cedo que antes, as crianças desacreditam do mundo, se frustram. O querido Papai Noel tem morrido mais cedo, Fada do Dente e Coelhinho da Páscoa então... Estão caminhando para a extinção.

Admirar coisas simples - apenas por existirem - devia ser um exercício obrigatório para toda humanidade. Não existe nada mais confortante do que sentar ao fim de uma tarde cheia de tarefas e observar o céu, achar desenhos em nuvens.



Sempre encontrarei magia atrás das nuvens.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

daquilo que eu chamo de amor;

É, talvez ninguém saiba o que exatamente aconteceu ali. Se foi só loucura ou o que foi... Nem eu sei explicar! Talvez tenha sido uma diversão, um compromisso descompromissado. Mas dizem por aí que você sentia o coração acelerar.

Eu, que não gosto de tirar conclusões precipitadas, acredito que não. O acaso me fez perceber algumas vezes certa euforia, mas não ouso dizer que podia ser mais do que qualquer coisa típica do momento. É bom estar ao lado de quem se gosta, mas gostar é relativo. Muitas pessoas confundem isso, tantas que eu já perdi as contas. Não era amor, eu tenho certeza que não era.

Você, que sempre me disse para deixar a onda levar, que sempre reclamou da minha mania de planejar as coisas, que sempre me contou histórias para me convencer de que podia ser... Mas não, nunca me convenceu. E talvez você só gostasse disso, dessa eterna negação. Se você dizia azul, eu preferia rosa. Foi assim, mesmo com todos os problemas do universo, foi leve. Foi pra sempre. Enquanto você estava aqui foi eternidade. Mas não, ainda assim não era amor.

Nós, que parecíamos iguais, com o tempo fomos percebendo as inúmeras diferenças. E sabe, hoje eu percebo que as diferenças são o que me leva a dizer: não era amor, era melhor que isso.

Daquilo que eu chamo de amor, ah...
Disso sim eu tenho saudade!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

o mar;

Logo eu que costumava ter medo da imensidão do oceano, que tremia ao imaginar as grandes embarcações se aproximando, logo eu.. Estou aqui a começar minha viagem sobre as águas desse mar gigante.
Minhas pernas ainda tremem, meu coração está deveras acelerado, mas coragem não me falta mais. Mamãe me ensinou que só se vence um grande monstro encarando-o, e hoje estou aqui para isso!
Minha bagagem pesa menos do que imaginava, trago comigo algumas vivências.. Muitos momentos bons, alguns difíceis, mas sem dúvidas: muitos, muitos sonhos.
Será difícil viver sem algumas pessoas, mas com o passar do tempo aprendi que amigo que é amigo, a gente leva no coração.. Não há distância suficiente, não há tempo que separe.. E os meus amigos, ah.. Estes já estão bem guardados aqui! Não direi que cultivo carinho e confiança por poucas pessoas, sempre fui de muitos amigos, sempre me doei bastante. Mas me dêem licença: partirei só!
Daqui em diante a única pessoa que poderá me ajudar sou eu. O que procurava já encontrei, e não foi em você, e nem em você, muito menos naquele lá.. Encontrei tudo dentro do meu coração, dentro da alma, dentro do meu travesseiro.
A vida não se constrói sozinha e nem de uma hora para outra, não seria possível. E estou aqui montando degrau por degrau desta escada que me levará ao céu, as nuvens, aos sonhos. A construção será demorada, longa e muitas vezes complicada.. Mas com persistência e acreditando chegarei lá!
Vou jogar a âncora em terra firme, onde não existam chances de desabamento, recomeçar, crescer. Evoluir!

Um abraço pra quem fica e um "boa sorte".
Mandarei notícias!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

sobre gotas d'água;

Certo dia ela estava olhando pro céu, pra lua, pras nuvens, procurando aquelas estrelinhas que ficam escondidas entre as nuvens no final da tarde. O céu estava cinzento, escurecia cada minuto mais, raios e trovões e a luz do bairro que já tinha ido embora.
Então, água! Eram tantas gotas, tantas..
Elas iam se acumulando e inundando lugarzinhos pelo pátio do prédio, iam molhando o mendigo que dormia ali no dobrar da esquina, iam molhando a senhora que voltava do supermercado, ia molhando a pré-adolescente que voltava calmamente a pé do colégio, ia molhando a mãe que levava um bebê pra passear, ia molhando os carros, os ônibus, os caminhões, as calçadas, as ruas, a cidade.
Tantas nuvens carregadas de milhares de gotinhas que aos poucos iam molhando suas mãos que agora estavam estendidas pela janela, gotas geladas, refrescantes, vivas.
Abriu a porta, desceu as escadas e levantou as mãos para o céu..


A chuva limpou, acalmou a alma.
E esquentou o coração.