segunda-feira, 26 de outubro de 2009

everything changes all the time;

Ela abriu os olhos e continuou ali. Pensando, lembrando, planejando. Toda manhã era a mesma coisa. Mais um dia, mais uma dúvida, mais uma solução. Sua vida andava em círculos e ela corria para andar de patins e dar estrelas no parque. Cada manhã uma mania nova, um novo livro preferido.

Continuava ali com os olhos abertos, procurando uma formiga no teto para tirá-la do tédio. Vira para um lado, vira para o outro. Barriga para baixo, barriga para cima. Mais um minuto e outro pensamento intrigante, uma nova música predileta.

De olhos fechados enxergou o mesmo. Abriu os olhos devagar, bem lentamente, com medo do que podia ver ali. Sentou-se. Estralou cada um dos dedos das duas mãos. Ficou ali por alguns minutos batendo os pés no chão, no ritmo da música. Olhou para o relógio: era a hora!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

eles vão voltar;

Você vê o que eu vejo?
Você sente o que eu sinto?

Olhe, amor, veja as nuvens ali perto do sol..
Você consegue enxergar nossos sonhos atrás delas?
Eles estão ali, partindo, indo embora. Acene!

Não, não se preocupe.
Não faça essa cara.
Eles voltam um dia, você sabe que o tempo sabe o que faz, não é?
Foi você que me fez acreditar.
Eles voltarão..

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

o mundo na minha mochila;

Me vejo em outros rostos, outras pessoas, outras vidas.. Outras trilhas, outros caminhos. Me vejo em pessoas ao redor, pessoas que passam pelas calçadas movimentadas da minha rua. Me vejo em pessoas conhecidas, amigos, familiares, cachorro e peixe no aquário. Me vejo na televisão, nos comerciais, no noticiário das oito.

Sim, ainda assim estou sozinha.

Trago comigo lembranças e sonhos, paz e amor, calmaria e raiva, tristeza e felicidade, dias e anos, fatos históricos ou apenas memoráveis, flores e flertes, acasos e destinos que se traçaram, saudade e ansiedade pelo que está por vir, esperança.

Trago o mundo na minha mochila.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

random;


1 - abra a "wikipedia." clique em “random... read more”. o primeiro artigo ao acaso que você achar é o nome de sua banda.
2 - vá em "random quotations". as últimas quatro ou cinco palavras da última citação da página é o título do seu primeiro álbum.
3 - abra o flickr e clique em “explore the last seven days”. a terceira foto, não importa o que seja, é a capa do seu álbum.
4 - ponha tudo junto no photoshop e faça a capa do disco.
5 - mande para seus amigos otários que você sabe que vão perder tempo fazendo isso também.

(sim, sou nerd!)

domingo, 4 de outubro de 2009

carta ao tempo;

Depois daquele encontro fiquei desnorteada, não tive como enganar. Não queria ter saído correndo, mas você me deixou sem outra alternativa. Não aconteceram muitas vezes, poucos realmente conseguiram me deixar sem palavras para responder, e você o fez. Como?

Eu estava mexendo na minha bolsa depois que cheguei em casa. Entre a bolsinha de maquiagem e o maço de cigarro encontrei um pedaço de papel. Que pedaço de papel é esse? Achei que tivesse caído da agenda, eu te juro, eu nunca achei que você fosse capaz. Era sua letra ali, eu ainda sei reconhecê-la. Você escreveu bem grande e em cor vemelha, para que eu não tivesse como não entender.

Estava escrito ali, naquele pedaço de papel, aquela pergunta que surgiu do nada e que ainda me tira noites e noites de sono, sim, só atrás de uma resposta.

"Você se arrepende?"

Arrependimento, s. m. Pesar do que se fez ou do que se pensou; sentimento de dor; contrição; mudança de opinião.

Assim que li, pensei: por que eu me arrependeria? Você se arrependeu? É, mais uma pergunta sem resposta. Essa palavra é pesada demais para uma vida leve que nem a minha, you know. Mas não te diria um não, assim, de cara. Eu sempre fui sincera, sempre lhe disse o que vinha a mente, o que podia não passar de apenas uma ideia. Por isso demorei para responder.

Em todos esses dias que tirei para refletir sobre teu bilhete em minha bolsa, cheguei a várias conclusões. Todos se arrependem, não é? Que atire a primeira pedra quem nunca se questionou sobre algo feito ao olhar para trás. E quando eu olhei para trás consegui ver muitas coisas erradas. Mas eu teria, exatamente, que me arrepender do que fiz de errado? Acho que não. Ou sim? Que seja.

Tenho certeza que você também não saberia me responder esta pergunta. Foram tantas coisas, foram anos de conquistas, vitórias, e perdas também. Anos aprendendo a conviver com você dia a dia, nos momentos mais difíceis, mas passando por cima de orgulho, por cima de qualquer tentativa de me convencer que era melhor eu te deixar pra lá. Eu não deixei.

Se eu olhasse mais a fundo nos erros que cometi, poderia até encontrar algum pingo de arrependimento, mas o erro trouxe o conselho, o compreendimento, então não teria mais nexo eu me arrepender de tê-lo cometido.

Ai, olha. Talvez eu sinta sim algum arrependimento. Afinal, eu posso não ter te deixado, mas te deixei partir e levar minha paz com você. E se hoje eu me questiono se foi o melhor, é só porque eu sei que talvez tenha sido a pior opção escolhida. É, acredite se quiser, mas eu continuo com essa mania de auto-análise.

Arrependida ou não, eu só estou te respondendo pelo seguinte motivo: você me deixou sem respostas, mais uma vez.

E até quando será assim?