quarta-feira, 12 de novembro de 2008

sobre luzes que já se apagaram.

Foi numa tarde de terça-feira, fim-de-tarde, 16h45 para ser mais precisa. BUM! Reparei que muitas das luzes que iluminavam o palco já tinham se apagado, e que eu tinha que correr, o teatro estava fechando e eu havia adormecido ali na poltrona, esperando por aquele final.

Então tratei de me levantar, estralar as costas e gritar pro moço que limpava o recinto para que abrisse as portas para que eu fosse embora, saísse de lá, virasse aquela página da história. O mesmo me sorriu - e riu, disse que havia percebido que eu estava lá horas mesmo depois que tudo havia se acabado, eu estava esperando, agoniada e achou melhor não me incomodar, me deixou, assim adormeci. Saí de lá incomodada, questionando ou tentando recordar o porque da minha agonia, do meu desespero, da minha calma de ficar - sempre fui daquelas que sai da sala assim que o filme acaba.

Era diferente, sempre foi diferente e todo mundo soube disso. Alguns já tinham tentado me explicar, mas eu não queria ver, não estava a fim, comodismo sempre foi a palavra certa, só não queria usá-la. É mais simples dizer que não liga e deixar rolar, principalmente quando isso faz bem ao ego, mas o ego tinha sido destruído, e agora? Agora era esquecer. Tentei por muitas vezes não procurar mais, não ler sobre o assunto, não ir atrás de lembranças empoeiradas dentro de armários antigos, tentei não querer. E hoje, definitivamente, não quero, mas ainda me questiono sobre o fim, cadê ele? Onde se meteu esse filhodaputa?

Odeio ser ansiosa, odeio ser curiosa demais, e se fosse listar tudo que odeio em mim ia ficar algumas longas horas digitando, até que não aguentasse mais e odiasse toda essa idéia idiota de escrever tudo que eu odeio. Tudo estava lá, a vida tinha tomado seu rumo, as pessoas na rua voltaram a ser somente pessoas na rua, a taquicardia no coração é que não passava, não queria ir embora. A agonia se ajeitou aqui dentro e ficou, nem sinto que ela existe, a não ser em alguns domingos quando ecoa nas caixinhas de som aquela música, que eu sempre tento deletar, mas não consigo.

O tempo sempre foi meu melhor amigo, e eu conto com ele para que tudo isso realmente tenha um fim, mas ele anda meio preguiçoso, não adianta nada, não me dá nenhuma dica. Eu já não me importo mais com brigas, com reclamações, eu sou feliz e sou toda coração. Aquela energia não-gracinha que predominava quando o assunto era posto na mesa, já foi embora.. Eu mandei ela ver se eu to na esquina e a boba caiu, deve estar por lá me procurando. Agora as coisas mudaram, quase um ano já passou, e tudo brilha mais.

Encontrei o amor, a paz e o carinho que eu sempre procurei. Não digo que nunca fui feliz antes, porque fui, mas as coisas mudam, como naquela música do Bowie: ch-ch-ch-ch-changes! E vai mudar mais. Porque ultimamente o mundo têm girado, mas não cai mais no mesmo lugar (e se isso é bom, eu já não sei, só o fim vai me dar a resposta).

5 comentários:

meninadoviolao disse...

acho que nem é comodismo.
é procrastinação.

hahaha essa doença descreve todos os males do mundo,rs.


;***

Anônimo disse...

Ahn o tempo, nos mostra coisas incríveis, nos esconde futuros inconcebíveis... ahn o tempo...


Andy

Giovane disse...

Adoro as comparações que você faz... a do teatro foi a melhor!

Beijo, gata!

César Soto disse...

"sobre luzes que já se apagaram."

"sobre distúrbios psicológicos."

"sobre o sol."

sobreovazio.blogspot.com

pura coincidência, filhota? =D

um tantinho confuso esse teu último texto. necessito explicação mais tarde.

beijoes

Paulinha disse...

hm,
cada uma de suas últimaspalavras tem me servido como um grande tapa na cara...
vou falar o q?
=/